Dirigido por Sam Raimi
Por Flávio Brun
Diferentemente da maioria dos filmes de super heróis, a franquia dos filmes do aracnídeo se destaca por apresentar um herói que não é feito de aço e que tem problemas externos ao mundinho de vilões que querem dominar o mundo. Nesse terceiro filme da série, nosso herói volta para para proteger Nova York novamente, e também para lutar contra seus demônios internos.
A história desse terceiro capítulo da saga continua onde o segundo parou - para quem lembra, o final de "Homem-aranha 2" era extremamente aberto e pedia uma continuação. Peter Parker e Mary Jane Watson estão namorando, Peter e seu amigo Harry não estão se falando por causa de maus-entendidos do passado, e Nova York está em paz, sem vilões para atrapalhar a vida de todos. Pela primeira vez na vida de Parker as coisas estão indo certo, até que surgir Eddie Brock, um fotógrafo que tenta ocupar sua posição no trabalho. Parker também descobre que o homem que matou seu tio no primeiro filme está vivo e à solta, e causando problemas. Logicamente os desafetos do aracnídeo se tornarão os vilões que proporcionarão as ótimas cenas de ação características da série. Para tornar a galeria de problemas do herói mascarado, temos uma substância negra vinda do espaço, cujos efeitos não são agradáveis.
Como já mencionado anteriormente, a franquia do homem-aranha se destaca por possuir um enredo firme, e não apenas uma série de cenas de ação mal conectadas. Em "Homem-aranha 3" temos o filme com mais cenas de desenvolvimento de personagem da trilogia, e isso em geral é um ponto positivo. O maior problema com o roteiro foi a inserção de Flint Marko, o responsável pela morte do tio de Parker. Aparentemente a única função desse personagem no contexto da história foi permitir que Parker liberasse seu lado negro, e para o que o herói tivesse mais um inimigo e proporcionar mais cenas de ação. Os personagens secundários mais interessantes - Gwen Stacy, a rival de Mary Jane e Eddie Brock, o fotógrafo rival de Parker - são pouco desenvolvidos, principalmente Stacy, que apenas aparece para causar ciúmes e atrapalhar o relacionamento de Parker e Mary Jane. Eddie até que consegue um bom desenvolvimento, e torna-se realmente ameaçador ao se tornar Venom, porém isso acontece tarde demais no filme, quando já se passou tempo demais gasto com o Homem de areia.
Dos três filmes, esse é definitivamente o que possui a história mais elaborada dos três, com várias tramas paralelas e é preciso estar bem atento ao assistir para pegar os detalhes. Um dos grandes acertos do filme foi dar uma dimensão maior ao confronto de Peter com Harry, tornando algo que parecia óbvio ao final do segundo filme em uma agradável surpresa. Com exceção de Parker (afinal, ele é o principal personagem do filme), Harry é o que mais ganha atenção ao longo da película. Sua presença é ameaçadora, principalmente após a primeira batalha o aracnídeo, em que cada reação de Harry é dúbia e apenas esperamos o confronto final entre os dois.
Esse capítulo da saga tinha tudo para ser um ótimo filme, porém há varios detalhes da história que são desnecessários, ou mal apresentados. Após ser dominado pela substância negra, Peter se torna uma criatura insuportável. Certamente essa era a intenção quando isso aconteceu (principalmente para justificar o material de publicidade que dizia "a maior batalha será interna), porém algumas cenas desse trecho do filme deveriam ter ficado na sala de edição, principalmente quando Parker sai dançando pela rua dando em cima de todas as mulheres que vê pela frente. Essa seqüência, além de desagradável de assistir, acaba criando total antipatia com o herói. Mesmo que essa tenha sido a intenção, essa poderia ter sido expressa de forma melhor.
Em um filme com um herói e três vilões principais, fica difícil de desenvolver todos de maneira ideal, e isso é o que o prejudica. As intenções foram boas, por tentar agradar a todos os fãs colocando o máximo possível dos personagens favoritos das histórias em quadrinho, mas isso acarretou em uma diminuição da qualidade da história comparando com os antecessores. Mesmo não tendo que gastar tempo apresentando os principais envolvidos da história, é sempre bom trabalhar com o que já se tem, porém fica difícil de trabalhar bem o grande número de acontecimentos e dar atenção a todos de maneira justa. Ao fim da película, fica a impressão de que acabamos de assistir a mais um filme do X-men, apenas com mais conteúdo.
Com certeza, esse filme se destoa do resto da trilogia, por várias razões. O fato de o herói se tornar uma pessoa má durante é uma das razões, fazendo com que esse se torne o capítulo mais sombrio da saga. A quantidade de conflitos internos dos personagens faz com que o filme se torne quase um drama de super herói com cenas de ação (o que é bom). Outro ponto que diferencia esse terceiro filme dos demais é o surgimento dos vilões (com exceção de Harry). O Homem de areia surge de maneira um tanto fantástica, e o mesmo acontece com Venom.
Analisando o filme tecnicamente, não há do que reclamar. O personagem do Homem de areia deu a oportunidade à equipe de efeitos especiais mostrar seu domínio ao tentar modelar digitalmente algo tão caótico quanto uma tempestade de areia. Por melhor que seja, ainda assim é notável que o personagem é uma composição de efeitos digitais, e lembram muito a cena da tempestade de areia em "A múmia". A trilha instrumental de Danny Elfman, que compôs para os filmes anteriores, se mantém bem fiel aos anteriores, o que é mais um ponto positivo ao filme.
O fato de que alguns personagens foram negligenciados pelos roteiristas, e outros que nem deveriam aparecer ganharam atenção demais não chega a comprometer o filme, porém fez com que esse deixasse de ser o melhor capítulo de uma das melhores (se não a melhor) saga de heróis dos quadrinhos. Quem apreciou os outros filmes da série por suas cenas de ação, pode acabar se decepcionando com esse, por ter mais conversa que brigas, propriamente dito. Para quem gostou da ênfase dos dramas internos de Peter Parker e seu relacionamento com Mary Jane, esse pode se tornar seu favorito da série. O que faltou foi uma mescla melhor desses dois pontos.
A história desse terceiro capítulo da saga continua onde o segundo parou - para quem lembra, o final de "Homem-aranha 2" era extremamente aberto e pedia uma continuação. Peter Parker e Mary Jane Watson estão namorando, Peter e seu amigo Harry não estão se falando por causa de maus-entendidos do passado, e Nova York está em paz, sem vilões para atrapalhar a vida de todos. Pela primeira vez na vida de Parker as coisas estão indo certo, até que surgir Eddie Brock, um fotógrafo que tenta ocupar sua posição no trabalho. Parker também descobre que o homem que matou seu tio no primeiro filme está vivo e à solta, e causando problemas. Logicamente os desafetos do aracnídeo se tornarão os vilões que proporcionarão as ótimas cenas de ação características da série. Para tornar a galeria de problemas do herói mascarado, temos uma substância negra vinda do espaço, cujos efeitos não são agradáveis.
Como já mencionado anteriormente, a franquia do homem-aranha se destaca por possuir um enredo firme, e não apenas uma série de cenas de ação mal conectadas. Em "Homem-aranha 3" temos o filme com mais cenas de desenvolvimento de personagem da trilogia, e isso em geral é um ponto positivo. O maior problema com o roteiro foi a inserção de Flint Marko, o responsável pela morte do tio de Parker. Aparentemente a única função desse personagem no contexto da história foi permitir que Parker liberasse seu lado negro, e para o que o herói tivesse mais um inimigo e proporcionar mais cenas de ação. Os personagens secundários mais interessantes - Gwen Stacy, a rival de Mary Jane e Eddie Brock, o fotógrafo rival de Parker - são pouco desenvolvidos, principalmente Stacy, que apenas aparece para causar ciúmes e atrapalhar o relacionamento de Parker e Mary Jane. Eddie até que consegue um bom desenvolvimento, e torna-se realmente ameaçador ao se tornar Venom, porém isso acontece tarde demais no filme, quando já se passou tempo demais gasto com o Homem de areia.
Dos três filmes, esse é definitivamente o que possui a história mais elaborada dos três, com várias tramas paralelas e é preciso estar bem atento ao assistir para pegar os detalhes. Um dos grandes acertos do filme foi dar uma dimensão maior ao confronto de Peter com Harry, tornando algo que parecia óbvio ao final do segundo filme em uma agradável surpresa. Com exceção de Parker (afinal, ele é o principal personagem do filme), Harry é o que mais ganha atenção ao longo da película. Sua presença é ameaçadora, principalmente após a primeira batalha o aracnídeo, em que cada reação de Harry é dúbia e apenas esperamos o confronto final entre os dois.
Esse capítulo da saga tinha tudo para ser um ótimo filme, porém há varios detalhes da história que são desnecessários, ou mal apresentados. Após ser dominado pela substância negra, Peter se torna uma criatura insuportável. Certamente essa era a intenção quando isso aconteceu (principalmente para justificar o material de publicidade que dizia "a maior batalha será interna), porém algumas cenas desse trecho do filme deveriam ter ficado na sala de edição, principalmente quando Parker sai dançando pela rua dando em cima de todas as mulheres que vê pela frente. Essa seqüência, além de desagradável de assistir, acaba criando total antipatia com o herói. Mesmo que essa tenha sido a intenção, essa poderia ter sido expressa de forma melhor.
Em um filme com um herói e três vilões principais, fica difícil de desenvolver todos de maneira ideal, e isso é o que o prejudica. As intenções foram boas, por tentar agradar a todos os fãs colocando o máximo possível dos personagens favoritos das histórias em quadrinho, mas isso acarretou em uma diminuição da qualidade da história comparando com os antecessores. Mesmo não tendo que gastar tempo apresentando os principais envolvidos da história, é sempre bom trabalhar com o que já se tem, porém fica difícil de trabalhar bem o grande número de acontecimentos e dar atenção a todos de maneira justa. Ao fim da película, fica a impressão de que acabamos de assistir a mais um filme do X-men, apenas com mais conteúdo.
Com certeza, esse filme se destoa do resto da trilogia, por várias razões. O fato de o herói se tornar uma pessoa má durante é uma das razões, fazendo com que esse se torne o capítulo mais sombrio da saga. A quantidade de conflitos internos dos personagens faz com que o filme se torne quase um drama de super herói com cenas de ação (o que é bom). Outro ponto que diferencia esse terceiro filme dos demais é o surgimento dos vilões (com exceção de Harry). O Homem de areia surge de maneira um tanto fantástica, e o mesmo acontece com Venom.
Analisando o filme tecnicamente, não há do que reclamar. O personagem do Homem de areia deu a oportunidade à equipe de efeitos especiais mostrar seu domínio ao tentar modelar digitalmente algo tão caótico quanto uma tempestade de areia. Por melhor que seja, ainda assim é notável que o personagem é uma composição de efeitos digitais, e lembram muito a cena da tempestade de areia em "A múmia". A trilha instrumental de Danny Elfman, que compôs para os filmes anteriores, se mantém bem fiel aos anteriores, o que é mais um ponto positivo ao filme.
O fato de que alguns personagens foram negligenciados pelos roteiristas, e outros que nem deveriam aparecer ganharam atenção demais não chega a comprometer o filme, porém fez com que esse deixasse de ser o melhor capítulo de uma das melhores (se não a melhor) saga de heróis dos quadrinhos. Quem apreciou os outros filmes da série por suas cenas de ação, pode acabar se decepcionando com esse, por ter mais conversa que brigas, propriamente dito. Para quem gostou da ênfase dos dramas internos de Peter Parker e seu relacionamento com Mary Jane, esse pode se tornar seu favorito da série. O que faltou foi uma mescla melhor desses dois pontos.
7 comentários:
Sempre na frente e agora com uma sessão VIP, tu faz mais uma crítica inteligente sobre um filme ícone.
Tenho que ver pra concordar com tudo isso, mas já tô com boas expectativas... ;)
Abração!!!
Muito bem escrito, assim que assistir o filme passarei aqui de novo. Recebi a dica na lista DVD Info.
"Analisando o review tecnicamente, não há do que reclamar" ;) Tá bom mesmo! A idéia do blog já aplaudi de pé! (já tava na hora né! \o/). Ter sido uma das primeiras críticas do Brasil então! \o/o/o/\o///o/o/ Até tentei ver o filme... mas
subindo a escada rolante do Bourbon já era possível ver a fila!!! Fui para o Arteplex pelo lado da cultura e.. outra fila! Continuei até a bilheteria, só pra confirmar o óbvio. Spider-Man 3 Leg LOTADA, Spider-Man 3 Dub LOTADA (Não, eu não assistiria o dublado, só por informação mesmo)... e faltavam 30 minutos para o início da sessão! Absurdo... Vou deixar pra ver semana que vem. Espero que diminuam as filas pelo menos um pouco, hehe. Assiste o "Fonte da Vida"!!!!!!! Achei sensacional! Tipo de filme q dá cãibra mental (pra quem tem cérebro e sensibilidade, é claro). Abração!
Ah! Uma coisa q não posso deixar de registrar... na hora de marcar o favorito para teu blog, provavelmente marquei errado... estava apontando para um cartaz de um filme.. e o endereço era bem aleatório, difícil de descobrir a fonte. Um pouco de esforço e preguiça me levaram a pensar.. "hmm.. qual era o nome do blog mesmo??". Quando lembrei fui ao google, digitei e qual não foi a minha surpresa quando o teu blog apareceu no primeiro resultado! \o/
Grande Flávio, com mais uma Grande Crítica! Sempre segui e acreditei nas tuas recomendações via MSN, te lembra? Achei que passar a escrever as críticas e publicá-las foi uma ótima idéia, tens todo o talento pra isso! Abraços, meu velho, que tu continues com o ótimo trabalho!
Ficou show a crítica, Flá!
Me deu mais vontade ainda de ver o filme, principalmente pq vc disse que o ênfase fica mais nos dramas do que na ação!
Adorei o novo blog!
Ficou muuuuuuito bonito!!
Continue escrevendo!!
Beijos!
Cara, Homem-Aranha 3 é um lixo! Mal desenvolvido, mal resolvido e mal feito também (o Homem de Areia só fica urrando que nem o King Kong na batalha final, sendo claramente uma animação digital). Não acho que os conflitos internos de cada personagem tenham sido muito bem apresentados. O Spider-Emo é risível! Quem gostou dos conflitos internos dos outros filmes vai ODIAR este do mesmo jeito.
E a música deste filme não é do Danny Elfman, é do Christopher Young, baseado no tema original do Elfman. É por isso que ela soa familiar, mas isso não chega a ser um ponto positivo (as músicas são repetitivas e pouco originais).
Enfim, só concordei com seu texto nas partes em que você falou mal do filme! Hehehehe.
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